sexta-feira, 23 de abril de 2010

Um novo olhar sobre as crianças

Gasto muito tempo observando as crianças correrem. Acho encantador o modo como elas se atiram sem medo, sem calcular o efeito de seus atos. Gosto de ver os sorrisos que surgem fáceis, os gritos de agitação e os gestos que só as crianças são capazes de fazer tão espontaneamente. Detenho-me nos olhos sinceros das crianças que correm e fazem barulho como pássaros ao amanhecer. Não deixa de ser um amanhecer pra mim, que acordei com os gritos de seis ou sete crianças que corriam na rua, no meio da tarde.


Mas me enterneci com a cena que elas estrelavam na minha frente. Vi as crianças correndo rumo ao nada e entendia que elas correm por ter pressa de aproveitar o dia que os parece muito curto. Não que elas estejam atrasadas, pois todas estão descalças, com roupas sujas sem nada nas mãos e tomando banho de chuva!

Misturou-se a esses personagens, o cenário de uma rua com casinhas simples, um pé de jambo em flor, com as flores cor de rosa colorindo o asfalto, o céu dividido entre sol e chuva por um arco-íris tímido e a chuva fina que caía sobre aquelas crianças, que em qualquer outro dia me causariam irritação, mas hoje significaram liberdade. E uma lição para que eu corra de braços abertos para aproveitar o dia que me parece interminável, mas que tornou-se perfeito desde o momento em que eu vi as crianças que alegraram o meu dia.

4 comentários:

  1. Que linda observação, Alice!
    Sem as crianças o mundo seria muito cruel...

    Vi um filme chamado "Filhos da esperança", no qual por uma doença generalizada de infertilidade, não nascia mais nenhum ser humano. A humanidade em menos de 80 anos seria dizimada, e o homem mais jovem do planeta tinha cerca de 30 anos. O caos tomou conta das pessoas, em guerras, disputas, etc. E eis que surge uma mulher grávida!
    Há uma cena em que ela atravessa um campo de batalha com a criança já nascida no colo, e todos os soldados param de atirar, sensibilizados com a presença daquele bebê. Vale assistir ;-)

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  2. As crianças são sempre essa quebra, entre o real e o belo, a falta de tempo e o tempo que falta, o escuro e o claro... O doce!
    Permitir-se criança --> é a chave!

    Linda!!

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  3. No blog da Ana Paulíssima escrevi que de certa forma somos vítimas da passagem do tempo, mas que de alguma forma era muito ter motivos para olhar pra trás, para o que já foi vivido...

    E a fase de quando se era guri não tem preço: seria muito bom revivê-la de novo.

    Xeros.

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  4. Criança é tudo de bom! Adorei quando você falou dessa correria que parece ser pressa mas é só a vontade de aproveitar cada minuto, cada segundo do dia. Isso é algo que não devíamos abandonar nunca, nunca mesmo.

    Uma frase sobre crianças que escutei na faculdade e nunca me esqueci é a seguinte "O homem criativo não é aquele ao qual se adicionou algo, mas aquele que nada se tirou"
    Então, como disse a Suave "Permitir-se ser criança é a chave"

    Um grande abraço!

    PS. Esse filme que o Robson indicou também recomendo, aliás ele tem um dos planos sequência que mais admiro!

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E tudo o que você pensa é...