sábado, 22 de dezembro de 2012

Música para ouvir a dois



Descobri o som da Ana Cañas alguns meses atrás. Eu ouço muita coisa, o tempo todo, modo aleatório, rádio, playlist, vídeo, enfim. Ouvi um trecho de uma música melosa “tantas coisas e eu demorei para entender, te ver e saber que só você é assim feito pra mim...” e fiquei com essa música na cabeça, maltratando. A voz chorosa de Ana. A música romântica, lentinha... Ouvi as outras músicas do CD, compartilhei com os amigos. Agora preciso compartilhar com um amor. Ana Cañas faz música para ouvir a dois.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Recomeço


Tenho lido muitas frases boas sobre recomeços. Obrigada aos que me enviam esses trechos. Estão sendo de especial valia. Isso me motivou a escrever.
...
Fiquei pensando: “quanta importância damos ao trabalho”. Saí do emprego depois de 3 anos. Praticamente um divórcio, porém muito civilizado. Percebi que nesses últimos anos gastei mais tempo com os colegas de trabalho do que com meus familiares e amigos. Agora parece que eu voltei de uma longa viagem e reencontro todo mundo. Inclusive eu. Descobri quanta coisa eu “acumulei” na gaveta do "para resolver depois". Quantos planos arquivados, quantas roupas que não vesti, sapatos novinhos que não tive tempo de usar em uma festa...
E o pior: quantos momentos bons que só vi em fotos, que só soube pelos comentários dos meus amigos. Não me arrependo de nada do que fiz. Minhas conquistas profissionais – embora pareçam insignificantes para alguns – para mim são enormes. Ainda mais quando conquistei por meus méritos, pela capacidade e vontade que tive.
Repito o pensamento: “quanta importância damos ao trabalho” e dessa vez, não de modo negativo, porque percebo que cresci muito e até parece que minha vida antes desses 3 anos não combina mais comigo. É um novo momento. Recomeço. E agora tenho mais amigos, outras experiências e outros planos para somar aos que eu engavetei em outra ocasião.
Mas o melhor é notar que sou outra. Que apreendo o mundo de outra maneira, que dou mais valor aos que eu amo e que desejo vivenciar tantas outras coisas. Em algum momento, imaginei que sair do emprego e transformar a rotina ia me despedaçar. Que ia sofrer e doer. Quando percebi que era o momento, não foi tão difícil quanto imaginei. Afinal a vida é isso: Uma metamorfose contínua. E que pouco importa o que sentimos, ou queremos, a vida segue. Soberana e indomável.

E estou seguindo, mudando, recomeçando... Estou vivendo!


sábado, 24 de novembro de 2012

Tediosa


Não querendo parecer amarga, se revestiu de dissimulada simpatia. Falsos sorrisos, voz empostada, mãos posicionadas atrás do corpo para não entregar o nervosismo. Controlar-se é uma aventura. Entretanto, aprendeu a ter domínio próprio para satisfazer necessidades alheias. Que difícil a vida dos bem comportados. Tediosa, eu diria. Seria bem mais interessante virar a mesa com as xícaras de café à frente de cada um dos participantes daquela torturante reunião. Virar a mesa, sair correndo, rir de verdade da cara de assombro de quem ficasse na sala. Mas alguém chamou seu nome e os pensamentos se dissiparam.
Na xícara à sua frente o café estava frio. E aquele assunto lhe parecia tão sem graça quanto o café.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Retrato íntimo


...Gosto do desprendimento. Gosto de não exigir, de não comprometer. Gosto do que é espontâneo e verdadeiro. Acredito na genuinidade do que sentimos. Não adianta forçar, exigir, pressionar. Eu vivo os momentos, não imponho barreiras com mágoas e preconceitos. Gosto de me permitir. Costumo me surpreender. Amo segundas chances. Posso ser compreendida como falsa. Geralmente sou compreensiva, tolerante e passiva. Gosto de observar o curso natural das coisas. Sou esquisita. Sofro intensamente para encurtar o sofrimento. Observo. Admiro. Me encanto e me interesso. Mudo de ideia. Penso e ouço mais do que falo. Sou tímida e minha autoestima não é das melhores. Elogio. Admiro. Demoro a me apaixonar por pessoas. Caio de amores por músicas depois de quatro acordes. Não costumo chorar, mas sou boa em gargalhar. Tenho preguiça de gente comum. O estranho me parece perfeito. Aprecio imperfeições. Posso parecer contraditória. Sou egoísta, mas sei abrir mão. Gosto do desprendimento...