quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O velho e o moderno


Recentemente voltei a ler dicionários. Aurélio, Michaelis, Oxford. Apenas abro e leio qualquer palavra, apenas por curiosidade, nos minutos vagos no meu quarto, no meio das minhas bugigangas.
Gosto de descobrir que às vezes, empregamos palavras no sentido errado. O caso de “relevar”, por exemplo, que geralmente empregamos no sentido de “esquecer”, mas significa exatamente o contrário.
Melhor ainda é descobrir uma palavra “nova”, palavras que nunca tinha usado antes. Ou me deparar com palavras que só encontro nos livros de Machado de Assis. E palavras que mudaram a grafia com tempo, “cousas” da modernidade.
Paro meus olhos entre as páginas dos meus dicionários e me questiono: como poderemos aposentar os livros impressos?
Sei que muitas coisas vieram para revolucionar e melhorar algo. Mas, por que voltamos a produzir long plays se temos Ipads? Por que diabos ainda usam-se óculos se existem as lentes de contato? Por que não parou a produção de relógios analógicos se os digitais são tão mais práticos?
O velho e o moderno convivem e qual o problema em conciliar os dois? Por que não podemos ter construções antigas e modernas no mesmo espaço? Por que não ter o kindle comprado pela internet e o velho livro garimpado no sebo na mesma mesa de cabeceira?
Nós somos sempre tendenciosos ao novo, ao moderno... Mas não podemos esquecer que são as coisas antigas, as pequenas relíquias que temos em nossa casa, ao nosso alcance que são as coisas mais preciosas, as mais legais e que – paradoxalmente – nos fazem valorizar essas modernosas tralhas todas que vemos surgir na velocidade da luz.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Extremos...

Extremos, opostos, exageros, limites... Paro para pensar, paro de pensar e tremo.
Extremos... Objetivos, planos, topo! Tanto a alcançar, tanto a viver, tanto por fazer...
Estremeço com as possibilidades, zombo de tantas adversidades, mas não temo.
Extremos que a vida dispõe a minha frente,  que signifiquem todos os sinônimos possíveis, exceto o fim.

ex.tre.mo
adj (lat extremu) 1 Situado no ponto mais distante. 2 Afastado, remoto, longínquo. 3 Último. 4 Perfeito, exímio. 5 Elevado. 6 Extremoso, afetuoso. 7 Sumo, máximo. 8 Excessivo, exagerado. sm 1 O ponto mais distante; extremidade, raia, limite. 2 Contraste. 3 Borda, orla. 4 Fim, termo, conclusão. 5 Exagero, descomedimento. 6 Primeiro ou último termo numa proporção aritmética ou geométrica. sm pl Carinhos excessivos; demonstrações de estima, de amor. 

sábado, 12 de março de 2011

Um café e uma lição

A casa antiga, com móveis simples e uma decoração colorida, as flores de plástico sobre a mesa, a cortina de chita que separa a sala da cozinha e aquele cheiro peculiar que o tempo atribui às coisas antigas. As lembranças refletidas nas dezenas de fotos amareladas emolduradas nas paredes me encheram de sensações. A imagem do santo de devoção em meio a restos de velas queimadas no local sagrado de oração.

Uma mulher com a história de vida escrita em seu rosto, um sorriso sincero e as mãos que me oferecem um café fresquinho enquanto me questiona como é que gente vive nesse tempo moderno. Uma voz que quase sussurra confidências do tempo em que era jovem. O brilho nos olhos de quem viveu o bastante para saber o que realmente importa na vida.

Se boas ou ruins, as lembranças dessa mulher não se diferenciam em sua memória. O que realmente importa é descobrir, em meio as coisas simples como aquele café, os prazeres da vida. E foi um enorme prazer dividir alguns minutos do dia com ela. Ah, se foi...

83777931