sábado, 25 de setembro de 2010

Eu numa moldura

Abro o dicionário e busco um significado de uma palavra... que não existe! Busco uma palavra que defina o que eu sinto agora. Um misto de confusão, de indignação, de ansiedade, de curiosidade... Mas ao mesmo tempo, uma sensação de ser resiliente demais, de ser compreensiva demais, passiva demais.
Fecho o dicionário com a frustração de ser uma mulher como todas as outras em algum momento do dia: indecisa. Paro o que estou fazendo, fixo meus olhos no meu reflexo no espelho. Observando minha imagem na moldura, me assusto com as coisas que eu vejo. Como é estranho estar diante de si mesma em momentos como esse. E perceber que sou apenas mais uma mulher comum, quando eu queria ser diferente.
Encarar nossas fraquezas nos assusta. Ver que não somos exatamente o que queríamos nos choca.

sábado, 4 de setembro de 2010

O violão e eu


Eu tenho um violão que não sei mais tocar. Tenho um coração apaixonado por músicas. Mas eu não sei cantar.
Eu tenho melodias que fazem meu dia dançar levemente. Perco-me entre as canções, adormeço tranquilamente ao som dos acordes de minhas músicas favoritas.
Eu penso em voltar a estudar violão. Em investir minhas horas fazendo carinho em suas cordas. Mas me sinto constrangida. É como uma paixão platônica. O violão não quer que eu o toque. Ele não é tão simples como eu imagino que seja. Tudo que eu me lembro de nosso tempo de romance são o dó e sol. Das sete notas lembro-me de duas. De todos os acordes, não me recordo nem mesmo de um... Olho para meu violão e  vejo que lhe faltam cordas. Falta-lhe vida. Sem o carinho que eu poderia dá-lo, meu violão só é um troféu de algo que comecei e não terminei.
Eu lamento todos os dias ter uma paixão não correspondida por ele.