terça-feira, 17 de agosto de 2010

As palavras continuam perdidas.

Ouvi tantas palavras doces sobre mim. E me senti grande, potente e suficiente.
Ouvi as palavras que todas as mulheres gostariam de ouvir. Deliciei-me com a doçura delas.
Encantei-me e me entreguei como que uma criança. Fui criança embalada ao som de tuas palavras.
Dancei ao ritmo calmo e sedutor de nossos diálogos. Dancei uma dança solitária.
Perdi-me no vazio do teu silêncio. Onde estão as palavras que me embalavam?
As palavras que eu ouvi se perderam no encanto e na desilusão de gostar demais.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eu não sei escrever

Eu não sei escrever em inglês. Eu não sei escrever corretamente em nenhum idioma. Sei escrever palavras aleatórias em um dialeto próprio, que se parece com o português. Não sei se você percebeu, eu escrevo o dialeto do meu coração. Só o entende quem é semelhante a mim e compartilha dos mesmos pensamentos e sentimentos que eu e meu coração errante.
Eu não sei escrever corretamente em nenhum idioma, mas sei transcrever algo que nem eu mesma sei explicar. Talvez essa coisa atenda pelo nome de sentimento. Talvez essa coisa seja absolutamente real ou absolutamente abstrata. Eu só sei que escrevo algo que meu coração me sussurra baixinho antes de eu dormir. E isso basta.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Palavras resgatadas

Minhas palavras se perderam em meio a uma confusão de sentimentos. Meu coração virou um grande lobby com pessoas passeando, umas chegando, outras partindo, outras que eu estou tentando expulsar, mas infelizmente não saem. Não as consigo tirar do confortável lugar em que se acomodaram. E minha inspiração se esvai na tentativa de arrancá-las de lá.
Minhas palavras se perderam num lugar desconhecido e distante de mim. Eu nem acredito que me rendi aos encantos de alguém a quem prometi não me entregar demais.
Descumpri minhas palavras - e odeio perceber isso. Lamento não ter tido a sensibilidade necessária para entender o que eu estava sentindo. Que minha cabeça, levemente mergulhada numa taça de vinho que me aqueceu o coração, me fez decidir esquecer alguém rapidamente. Sofregamente. Tentativa que eu espero que não se frustre. Estou sem as condições mínimas de investir em algo que me machuque mais do que já me machuquei anteriormente.
Minhas palavras se perderam no vislumbre de uma decepção amorosa que eu previ. que eu desejei evitar, mas que eu permiti que acontecesse. não há nada que se possa fazer.
Minhas palavras se perderam em meio aos meus pensamentos tristes e inconsoláveis de que eu deveria ter o conhecido antes.
Minhas palavras emudeceram diante de minha resolução de esquecê-lo. Aqui estão as poucas palavras que consegui resgatar em um momento de extrema irritação.
Essas palavras parecem não ter sentido. Mas o que se pode escrever quando nada que se pensa faz sentido?