sexta-feira, 23 de abril de 2010

Um novo olhar sobre as crianças

Gasto muito tempo observando as crianças correrem. Acho encantador o modo como elas se atiram sem medo, sem calcular o efeito de seus atos. Gosto de ver os sorrisos que surgem fáceis, os gritos de agitação e os gestos que só as crianças são capazes de fazer tão espontaneamente. Detenho-me nos olhos sinceros das crianças que correm e fazem barulho como pássaros ao amanhecer. Não deixa de ser um amanhecer pra mim, que acordei com os gritos de seis ou sete crianças que corriam na rua, no meio da tarde.


Mas me enterneci com a cena que elas estrelavam na minha frente. Vi as crianças correndo rumo ao nada e entendia que elas correm por ter pressa de aproveitar o dia que os parece muito curto. Não que elas estejam atrasadas, pois todas estão descalças, com roupas sujas sem nada nas mãos e tomando banho de chuva!

Misturou-se a esses personagens, o cenário de uma rua com casinhas simples, um pé de jambo em flor, com as flores cor de rosa colorindo o asfalto, o céu dividido entre sol e chuva por um arco-íris tímido e a chuva fina que caía sobre aquelas crianças, que em qualquer outro dia me causariam irritação, mas hoje significaram liberdade. E uma lição para que eu corra de braços abertos para aproveitar o dia que me parece interminável, mas que tornou-se perfeito desde o momento em que eu vi as crianças que alegraram o meu dia.

sábado, 17 de abril de 2010

Um manuscrito


Desligar-se de todas as coisas habituais as vezes é necéssário.
Experimento voltar a fazer velhas coisas.
Ouvir antigas canções.
Preparar aquela comida que a muito tempo não ousava.
Ficar no silêncio por alguns instantes.
Perceber como é bom um momento de tranquilidade!
Fazer algo manuscrito...

E continuar pensando, continuar exstindo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sobre uma reflexão maluca que tive...

Se limitas os desejos, como podes ser grande?
Por que não desejar o mundo aos seus pés?
Se não sonhas, como podes realizar algo?
Por que não delirar enquanto sonhas?
Por que não experimentar o novo, o ousado, o moderno?
Por que não ser diferente, mesmo sendo igual?
Por que não crescer, mesmo quando já és um adulto?
Por que não conhecer o que te é desconhecido?
Se precisares, conheça a coragem, a ousadia, a loucura.
Pequenas doses de delírios todos os dias te cairão muito bem!
Sempre que possível te dediques a pequenos prazeres...
Não leves a vida tão a sério, experimente ver o lado mais leve das coisas.
Encarar a vida com leveza, te trará liberdade
e Felicidade.

Não te esqueças de tuas antigas conquistas

O que dizer quando me surpreendo? Quando as palavras já não são apenas um som, mas como armas que ferem minha tranquilidade... Parece que você esqueceu de nossa cumplicidade, não é? De todos os segredos que compartilhamos e das confissões que fizemos uma a outra. Você sabia muito sobre mim, mas agora parece não conhecer nada! Parece ter esquecido que eu nunca quis viver sua vidinha vulgar e mais ou menos, cheio de sonhos pequenos e ingênuos. Parece mesmo que você esqueceu de todas as minhas qualidades e agora só enxerga meus enormes defeitos. Está bem... Se a tua definição sobre mim se resume a quatro ou cinco palavras idiotas, dispenso ser qualificada por elas. Lamento que tenha se perdido em sua cabecinha todas as coisas boas que compartilhamos! Mas não te preocupes, sei exatamente quem és e que apesar de ser uma mulher, tens a cabeça de uma criança e não consegues administrar tuas novas conquistas com as antigas, exatamente como uma criança com um brinquedo novo.
Um dia lembrarás de tudo, e espero que não seja muito tarde!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sobre como tornar-se um herói.

Falou tanto que se repetia sem perceber. E falava alto, estridentemente, pra chamar atenção. E falava o tempo todo. A típica tagarela portando a falta de assunto e de senso do ridículo. Dominando forçadamente o diálogo, aliás, dominando todo o espaço com aquela voz aguda e tão irritante! Se estivesse numa boate passaria despercebida, mas numa livraria? O cúmulo da falta de senso. E todos constragidos ao redor daquela falante desconhecida da maioria das pessoas que frequentam aquele lugar. Depois dos leitores ouvirem o monólogo da moça por alguns longos mimutos, um ilustre senhor, com um livro do Vargas Llosa em punho e um óculos equilibrado na ponta do nariz, se ergue e diz, altissonante: QUERIDA, POR QUE NÃO CALAS??? Simultaneamente aos olhares surpresos, orgulhosos e aliviados o ilustre leitor senta-se, não como um mero frequentador de uma livraria, mas como o herói do nosso dia e o salvador do sagrado silêncio de uma biblioteca.