Colorida

Pura e simplesmente percebi que a vida não espera eu me recuperar se estou machucada ou sofrendo. Ela segue em seu turbilhão e machuca de novo. E mais uma vez. E nada muda.

Quando compreendi que na verdade meu mundo nunca esteve prestes a desabar, diminuiu o sofrimento. Eu costumava pensar demais, sofria tentando evitar o sofrimento. Faz sentido? Não.

Não há sentido nenhum em me privar de viver tudo que viria por estar insegura. Era desleal inventar um ostracismo cada vez que me sentia intimidada. Não, eu não preciso me incomodar se as pessoas vão censurar meu cabelo, meu corpo gordinho, os autores que leio, as músicas que ouço...

Alguém disse que se fosse viver 500 anos se ocuparia dessas coisas pequenas para passar o tempo. Mas sei que não terei esse tempo todo e por isso mesmo, estou me permitindo.

Permitindo mudar de opinião, experimentar o que me parece estranho. E estou aprendendo e lidando com todas as imperfeições de ser alguém mutante. Querendo se ocupar com o que realmente importa, amando, sorrindo, chorando, sentindo...

Sendo mais uma que escolheu viver da melhor maneira que pode. Errando e acertando e valorizando o que realmente importa.

Bem, se é assim que sou, é assim que vou me colorir para todo mundo. Com todas as cores diferentes que eu achar no caminho.